domingo, 20 de maio de 2007

MATÉRIA CENSURADA PELA REVISTA INTERAGE !!!

Ilustração: Adriano
DESDE QUE NASCI

Desde que nasci, em 1987, época do fim do governo militar, escuto sempre as frases "Liberdade para Todos" ; " Somos Todos Iguais", entre outras de mesma índole.
Então, como uma "boa menina educada", aprendi a ouvir e a respeitar o sentido dessas frases, a ponto de achar que eu, assim como uma boa cidadã, seria igual a todos e tratada da mesma forma. Aliás, você também já acreditou nisso, não é verdade? (Não me deixe sozinha nesta minha ingenuidade!).
Somos tão iguais a ponto de hoje existir nas faculdades uma cota para negros, como se brancos e negros fossem espécies humanas diferentes.
Somos tão iguais a ponto de sermos explorados pelos poderosos e ganhar menos do que muitos de nossos "irmãos" (sendo que muitos nem ganham). Na verdade, somos iguais apenas na hora de pagar os pesados impostos, pois neste momento, não importa a renda ou a origem, afinal, somos todos iguais minha gente.
Somos todos iguais nas eleições, em que temos o dever, (ai, perdão), o DIREITO de votar no candidato que escolhemos. Talvez o candidato nem ganhe, mas só quem ganha é o que tiver a maioria de votos, e isso se chama democracia. Analise isso profundamente. Você vive em uma democracia onde se diz ter liberdade de escolha e de expressão. (Pena que nem sempre a democracia obedece apenas a sua liberdade individual).
Somos iguais nos momentos em que a liberdade se funde em algo chamado massificação. Algo contraditório, em que não somos tratados de acordo com nossa individualidade, pois nos resumimos em uma massa de descontentes.
Criou-se o conceito do "somos iguais" para que tornemos uma massificação, de liberdade restrita e ilusória, assim a manipulação será mais fácil.
Mesmo fazendo parte dessa massa, somos parte de um só, afinal, o “matadouro” é algo inevitável. Isso mesmo, o “matadouro”, afinal, você acha que está se preparando pra quê? Pra ser apenas mais um...
Mas lembre-se, não quero te tirar da ilusão, seja feliz e acredite em Papai Noel, afinal, somos Todos Iguais, não é mesmo !
Carolina Machado Giroldo